História contada pela Larissa Ribeiro
Era uma vez… Uma bruxinha que se chamava Analu!
Ela era a mais nova de sua família, e era igual, por assim dizer, às demais bruxas. Andava de vassoura, tinha um narigão, e sempre estava mexendo alguma coisa em seu caldeirãozinho. Mas essa bruxinha tinha um segredo: ela não era má igual às outras. Ao contrário do que muitos pensavam, ela era bondosa e adorava crianças.
Perto de sua casa, havia uma escolinha, e sempre que podia, ela dava um jeito de se esconder entre as folhas de uma árvore que havia no deck, para poder observar as crianças brincando, correndo, livres como borboletas ao vento.
Analu tinha muita vontade de se aproximar delas e fazer amizade. Ela estava cansada de ficar com as outras bruxas que eram malvadas e só pensavam fazer traquinagens, queria poder frequentar a escola, como todos da sua idade.
Ela observava com carinho as crianças, tanto que acabou conhecendo um pouco mais de cada uma, seus nominhos e o que gostavam de fazer. Sabia por exemplo, que João Miguel adorava peixes e que sua cor favorita era laranja, que Emma se empolgava toda vez que tocava uma música da tal Monster High, observava o jeito como as meninas Maria Julia, Luana, Eloah e Valentina gostavam de estar arrumadas. Achava engraçado o Leonardo falar que ia abandonar a professora, só para ela fingir que está chorando. Sabia que o mais novo cachorrinho de Benício se chamava Thor, e achava uma graça o trio de mosqueteiras Heloisa, Ana Julia e Maria Luísa, como eram falantes!
Ela queria muito fazer parte daquilo tudo, sentir a felicidade que essas crianças sentiam. Mas toda vez que chegava perto das crianças, ela era surpreendida por gritos: AAAAAAA e logo em seguida, todas elas estavam acenando, fazendo tchau, como se não quisessem ela por perto, e isso a deixava muito triste. Ela não entendia o porquê das crianças não gostarem dela… Será que é porque era uma bruxa?
– Mas eu não sou como as outras… – Toda chateada, ela pensava.
Certo dia, enquanto observava de longe as crianças brincando, não notou que a parte de baixo da sua vassoura ficou presa na folhagem da árvore. E ao sair, levou um tombo daqueles!
As crianças ouviram o barulho e começaram a gritar de medo. Depois de alguns instantes, elas pararam, e sem entender, perceberam que aquela bruxinha caída no chão estava chorando… Foi aí que uma delas, meio receosa, se aproximou, e em seguida, todas as outras. Elas consolaram a pequena bruxa e aos poucos foram criando coragem para fazer perguntas.
– Você veio aqui para pegar a gente? – perguntou uma delas
– Não… Eu vim aqui para observar e aprender um pouco com vocês. Adoro ver o jeito que vocês brincam e se divertem. Queria poder brincar junto…
– E é verdade que você faz poções mágicas, usando asas de morcego, unhas de gavião e dentes de vampiro? – perguntou outra.
– Bom, é verdade que algumas bruxas fazem isso… Mas eu faço diferente.
Adoro fazer umas misturas no meu caldeirãozinho, e pode-se dizer que são mágicas também. Mas misturo ingredientes como ovo, farinha e chocolate para fazer um delicioso bolo!
E assim foi. As crianças perguntavam e a bruxinha respondia. Uma amizade foi nascendo entre elas. Os dias foram passando e sempre que podia, a bruxinha visitava as crianças na escola, que esperavam ansiosas por ela. E então elas brincavam e aprendiam bastante.
Analu seguiu feliz da vida, pois ganhou muitos novos amigos. Seus sonhos de se enturmar foi realizado e ela acabou conhecendo um pouco mais das outras crianças. E as crianças, bem… Perceberam que nem sempre o que parece é de verdade, e que as pessoas podem nos surpreender muito além das aparências.
Mensagem
Essa história fala, sobre amizade, fala também que não devemos julgar as aparências e nem acreditar no que falam sem de fato conhecer. Que nem sempre o que parece ser mal é de verdade.